Na quarta e última
noite de evento do 17º Encontro Regional do PROLER, Gilmara Mendes, de Timbó,
apresentou a leitura impecável do texto Uma concha à beira-mar, de Marina
Colasanti.
Quem ainda não tinha certeza da necessidade de o mediador
de leitura precisar ser um leitor de literatura, passou a ter ao ouvir Alice
Áurea Penteado, pois tudo que ela afirmou sobre mediação de leitura, demonstrou
pedagogicamente com exemplos. Foi uma palestra didática e cativante.
Alice discorreu sobre leitura para jovens, focando o
mediador de leitura. Segundo ela, há uma considerável produção de literatura
para jovens leitores no Brasil de qualidade. Mas é preciso insistir na formação
do professor como leitor de literatura, para que ele possa ser um mediador de
leitura eficaz. Citou alguns indicadores de qualidade disponíveis, como PNBE,
FNLIJ, Prêmio Jabuti. Esses indicadores podem auxiliar os educadores na escolha
dos livros que vão indicar para os alunos.
O gosto pela leitura não se transmite, o gosto pela
leitura se forma. O texto literário, defende Alice, se presta primeiramente à
leitura silenciosa do aluno. Após esse primeiro contato, é que pode haver uma
leitura em voz alta na sala de aula, por exemplo. Dá muito trabalho formar
leitores. Pois além de exigir que o mediador de leitura seja um leitor de
literatura, ele precisará estar atento ao repertório de leitura de cada um de
seus alunos, pois os níveis de leitura e gosto são muito diferentes.
Alice recomendou a leitura do artigo A literatura e a formação do homem, de
Antônio Cândido (disponível na internet em PDF) e, ao final da palestra,
apresentou slides de duas obras que são exemplos de literatura infantil de
qualidade: O guarda-chuva do vovô,
de Carolina Moreyra, e O jogo de amarelinha,
de Graziela Bozano Hetzel.
Suzana Mafra
Bibliotecária e escritora – integrante do Comitê do PROLER